sexta-feira, 1 de maio de 2015

Do outro lado da Carta

Deus está naquilo tudo que não se pode ver, não se pode tocar e não se pode explicar.

Deus já foi tudo nesse mundo, já foi o chão, já foi as marés, já foi o aparecimento de moscas por mágica. Mas aos poucos essa imagem de Deus foi sendo desbotada. O chão -agora chamado de solo- já tem sua composição em uma tabela, junto a tudo que ele abraça. As marés agora não passam de magnetismo e o criacionismo foi por água abaixo faz muito tempo.

Hoje já é um pouco mais difícil encontrar algo inexplicável, anos a fio de método científico, tese contra antítese a todo momento em artigos e pesquisas que levaram a nós, a sociedade, para os incríveis confortos da vida como o uso de celulares, do micro-ondas e afins.

Mas ainda é possível representar Deus em seu mistério e significado. Quando se usa o exemplo de um caso para demonstrar a totalidade simultânea ao particular d'Ele, é fácil lembrar do gato de Schrödinger, morto e vivo ao mesmo tempo.

Mas ainda não é um bom exemplo, o gato pode estar morto, pode estar vivo, ele pode estar até em um outro estado desconhecido entre um lado e outro, todavia é só. Da mesma forma que os números naturais, ele só tem três opções, vivo, morto ou neutro. Diferente de uma carta.

Cada carta possui seu significado próprio. Cada uma conta uma história diferente, as vezes sobre raiva, as vezes sobre um caminho a tomar ou um cuidado a ter. Mas todas elas são iguais quando viradas de cabeça para baixo. Uma carta do baralho pode ser qualquer uma dentre todas as outras, pode ser todos os casos desde que esteja virada para baixo.

Deus é desta forma, quando desconhecemos sua forma, mas reconhecemos sua existência. Abre-se uma janela de possibilidades. Quando ele toma uma forma física, ou seja, se vira a carta, deixa de ser a representação de Deus, vira apenas uma mensagem, um significado. Algo que pertence a lógica que conhecemos e podemos compreender.

Um comentário:

Marcus Paulo Moreira Matias disse...

Já dizia um velho filósofo: "É impossível provar se Deus existe ou não", pelo menos na lógica humana...

(Marcus P. M. Matias)