quarta-feira, 30 de julho de 2014

Morte


O Facebook me propôs a reflexão e aceitei.
Impossível é correr dela; consequência irreversível do nascimento, mas parar seria a resposta?

Correr, de fato, não me parece a resposta, há muito para se ver e essa "pressa de viver" cuja tradução é ganhar dinheiro, formar-se, criar uma família; ou seja, completar todos os objetivos que a sociedade considera necessários na vida. Não da tempo de parar e distanciar-se para apreciar belezas simples e oportunidades.

Julgue cada momento de sua vida, veja se aquele segundo vale a pena e aproveite-o plenamente, todos são preciosos, mas os felizes são os quais queremos lembrar. Mas a morte não espera.
Ela é como a chuva persistente que ao longo dos anos persiste em molhar o morro desmatado. Aos poucos, avançará. Soterrará sonhos e esperanças. Não deixe-a transformar o seu melhor aliado, o tempo, em seu pior inimigo.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Aos amigos

Em prol do dia do amigo, pus-me a escrever:

Gostaria de dizer que este é um dia como todos os outros, só que as pessoas deixam para fazer nele o que deveriam fazer todos os dias. Lembrar-se dos amigos, próximos e distantes. Reservar alguns segundos do dia  para consultar as memórias, os risos, as situações constrangedoras e encontrar neles a força e a alegria que só aqueles que convivem ou conviveram conosco podem nos dar. Eles que conhecem um pouco mais de você por outro angulo, sabem alguns de seus segredos, desejos, vontades, ambições, insanidades e códigos.

Gostaria também de lembrar que continuo a não entender nenhum de vocês, meus amigos; os quais se prezam a escutar toda a baboseira que eu insisto em dizer de forma tão irreverente e insistente, e também se solicitam a ler as outras baboseiras que escrevo na internet. Principalmente enquanto estou bêbado.

Mas de qualquer forma, não importa a quanto tempo a gente não se fale, ou se digite, ou se nossos assuntos já não batem, ou se eu sou inconveniente por demasiado, saiba que seremos sempre amigos, por que tempo e distancia não são capazes de destruir uma amizade.

E sem esquecer é claro, que vocês tem um amigo muito foda aqui( que não tem dinheiro pra emprestar(mas que realmente aceita ser subsidiado.)

Aos amigos, meus sinceros agradecimentos e felicitações
As inimigas, vida longa
Felipe Juventude

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Estava a toa na vida...

A Copa foi anunciada. Então houveram obras, protestos, atrasos, repudio e admiração. Tivemos meses de euforia, feriados e alegrias exacerbadas. Dias esses que originalmente seriam sem sentido, voltam ao seu estado natural, que não é mais triste. Apenas o normal. Como a banda que Chico viu, a Copa já passou.

O Brasil não foi campeão, mas muitas coisas aconteceram nessa copa; a internet está ai para provar que sim, estou certo. Mas acabou, faz menos de uma semana, e já parece uma lembrança tão distante. Feriados toda semana, festas e comemorações todo dia, cada jogo um open bar, cada gol uma reação exagerada.

E durou bastante tempo, quase dois meses, economias foram gastas, trabalho foi feito as pressas( prazos não respeitam muitas festividades), contas de banco desestabilizadas pelo bem do lazer que é tão pouco frequente. As alegrias valeram a pena, turistas vieram, novas amizades foram feitas e as velhas conseguiram a desculpa perfeita para encontrar-se, divertir-se, mas nenhuma alegria dura sem trabalho e nem todo mundo tem a santa da carteira assinada.

Um carnaval fora de época, no qual todos eram amigos, independente de língua, etnia, opção sexual ou posição política. Para nos lembrar que para festejar só precisa de um motivo e que a alegria nossa, não depende de clima, gol ou eleição. Apenas da vontade de confraternizar.

Felipe Juventude


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Dia das mães, dias de saudades

Esse é um texto antigo, mas, como a poesia satírica de Gregório de Matos, muito atual. Ainda sinto isso que o texto fala mesmo ele sendo do dia das mães.
Perdido em meio após meus esboços, estava esse, que mais do que os outros escrevi com o coração em sístole e com sangue em mãos. Compartilho com vocês mais esse pedaço de mim.

A saudade,
consequência de amar, responsável em parte pelo amargo que todos carregam em seus peitos ao sair todos os dias da cama e começando a enfrentar mais um dia.
Amargo esse que aprendemos a lidar com o tempo. Alguns se esquecem do amor para abandona-lo, outros aprendem a aprecia-lo e eu entre outras pessoas escolho por te-lo, aprende a conviver com ele para que em tempos duros haja memórias doces para nota ajudar a continuar.
E... hoje é dia das mães, e o que dizer dea mulher que amo tanto, mas que não posso ver todos os dias?
Desse ombro amigo, colo acolhedor, palavras necessárias e uma ótima compania para um bar e uma conversa. Não poder te ver todos os dias mãe, sim me dá saudades, sim me amarga a boca em cada refeição sem seus sorrisos e broncas.
E não vim aqui falar um simples feliz dia das mães, mas sim te lembrar que cada segundo perto de você é doce como dia de cosme e damião, cheio de tudo que é bom, e que seu dia não é só hoje, é todo dia, especialmente aqueles que estou perto de ti.
Do seu filho,
para a mulher mais bela e guerreira que ele já conheceu

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Viler

Ler é essencial. 
Para se guiar, localizar e entender. Toda história pode ser contada, mas se assim for feito, muito do contador é passado nela. O tom de voz, o tempo, a opinião. É isso que ler proporciona. A crônica é a mesma, os personagens, as descrições e a sequência de fatos também.

Toda leitura é uma releitura, alguns incrementam ação e emoção ao ler velozmente, enquanto outros adicionam drama com pausas e calmarias. Ler não é só pegar um conjunto de períodos e reproduzi-los em alto e bom tom.

Ler é inter viver, inter sentir, interpretar. Amar um, odiar outro, por seus motivos e crenças, que só dizem respeito a você. Mas também não muda só a história, como também o leitor dela. Crônica, reportagem, editorial ou quadrinho, todos trazem um conhecimento, mais ou menos subjetivo, e esse conhecimento não só adiciona novos argumentos ao leitor; também altera os antigos. O que gera um constante feedback, que não apenas apresenta coisas novas, mas abre portas para a reinterpretação,  um novo significado para um velho texto no qual limite ainda é desconhecido.

Livros são presentes valiosos enquanto vivos. Eles podem não respirar, mas reproduzem conhecimento e estão em constante evolução simbiótica com o seu portador, já que ele abre seu botão de conhecimento em um infinito mar de pétalas a medida  que o leitor o explora e reexplora. Assim como eles vivem, eles também morrem. Não transforme sua estante em um cemitério de livros, com velhos volumes que as vezes foram lidos uma vez e depois abandonados.

Caso haja interesse, guarde-os, livros não são ateus, eles não vão apenas decompor após a morte. Livros são guerreiros do Valhalla que bebem e comemoram em suas mortes, se aperfeiçoando apenas para que sejam convocados para exprimir os seus novos sentidos antes escondidos. E se não houver interesse, seja sincero consigo. Empreste, doe, divida. Desapega, você não quer nada com ele, parece não oferecer mais nada. Desapega, se você quer que seu filho leia no futuro tire uma porra duma xerox, compre uma versão digital ou recompre o livro.

E depois de adquirir esse conhecimento, ponha-o em prática. Se os livros são vivos como flores, a mente que os lê é viva como os sentidos usados para apreciar a forma, a cor, a textura, o perfume e a beleza única do som de ventos que passam entre elas sob o orvalho da manhã. E bem, como os livros, a mente também morre. Ela não se decompõe ou decrépita, ela apenas fica em repouso. Torna-se um robô, com respostas rápidas e pré-programadas pela moral, bons costumes e senso comum. E uma mente robotizada gera uma pessoa morta-viva, que faz o que lhe é mandado enquanto única ambição é sanar suas necessidades básicas. Um funcionário modelo.


Tenha sua opinião e faça uso dela.
Leia-a, Fundamente-a, desenvolva-a. Explique-a, analise-a, molde-a.
Releia-se.


Felipe Juventude