sexta-feira, 31 de outubro de 2014

An angel with a shotgun

Por motivos de ENEM, essa semana não tem texto, mas achei esse continho aqui no meio dos meus arquivos então vá lá.
Semana que vem estamos de volta com palavras formando frases transmitindo sentimentos. Aproveitem.

Olhava para cima. O céu estava lá. Belo, azul, com algumas nuvens inocentes a passear pela tarde sem nunca tampar o sol. Parecia uma cena estranha, um homem bem vestido olhando para o céu. Mas como tudo que é estranho, a massa populacional resolveu ignorar. Afinal de contas só era estranho se alguém tivesse tempo o suficiente para observar o estranho padrão do homem. Ninguém tinha tempo, todos passavam direto.

Não era como um morador de rua ou como um gari, se estivesse vestido como tal tornar-se-ia oficialmente invisível para a sociedade, mas seus trajes de cidadão comum só eram suficientes para chamar a atenção que existia alguém no meio do caminho, e nada mais.

Mal sabiam que era um homem de posses, detinha capital, terras, mulher e filhos, mas para os últimos dois já não havia tempo. Era um homem acabado vazio, o sol, impiedoso, transpassava seu corpo. A sombra que o acompanhava, prova definitiva da existência de substância estava furada. Já não era mais homem. Nem humano. Sucumbira as necessidades da rotina e parou de evoluir. Naquele corpo que já teve alguém agora é apenas um invólucro, esperando a morte chegar.

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